
Em 22 de setembro comemora-se o Dia Mundial Sem Carro. O movimento surgiu na Europa como forma de estimular as pessoas a deixarem o automóvel na garagem por pelo menos 24 horas. Na Universidade de Brasília, uma mesa redonda e um debate organizados pelo Decanato de Assuntos Comunitários trarão à comunidade acadêmica a oportunidade de refletir sobre a mobilidade nos campi e na cidade. As atividades ocorrem no Auditório da Reitoria, a partir das 9h desta quarta-feira.
UnB no Dia sem Carro é a primeira atividade da Universidade realizada em comemoração ao 22 de setembro. Mobilidade urbana e mobilidade sustentável serão os dois temas principais da programação, que prevê ainda a apresentação do Plano de Circulação para o campus Darcy Ribeiro.
O plano é uma proposta da administração para ampliar as linhas de ônibus que circulam no campus, além de melhorias na acessibilidade com a construção e reforma de calçadas. Uma ciclovia também está prevista. “O plano propõe a redução da dependência de automóveis”, explica o prefeito dos campi, Paulo César Marques. “É parte da ideia discutir os rumos do projeto coma comunidade”, completa o professor.
DIREITO – O debate A mobilidade urbana como direito social começará às 14h30 e tem como convidado o ex-secretário municipal de Transportes de São Paulo, Lúcio Gregori. Uma das propostas do engenheiro quando atuava no governo de SP, entre 1990 e 1992, foi a criação do programa Tarifa Zero. O projeto, que acabou não adotado, tinha o objetivo de assegurar o direito ao transporte público a todas as pessoas.
Paulo Henrique Santarém, ativista do Movimento Passe Livre no DF, será um dos debatedores da mesa. Ex-aluno da UnB, ele defende a Tarifa Zero como forma de efetivar a mobilidade urbana. “Transporte é um direito fundamental e deve ser um serviço público garantido pelo Estado”, afirma. Para Paíque, como é conhecido o jovem, um dos pontos fundamentais da discussão é a forma como as grandes capitais estão organizadas espacialmente. “A estrutura física das cidades e a organização do poder são excludentes”, diz.
EXTENSÃO – O projeto Bicicleta Livre terá um representante na mesa-redonda que ocorre na parte da manhã. O projeto existe há três anos e promove o uso de bicicletas como meio de transporte. Há cerca de um ano, o projeto colocou 18 delas para rodar pelo campus Darcy Ribeiro. No entanto, segundo o estudante Yuriê Batista, a iniciativa esbarrou na falta de consciência da comunidade acadêmica e as peças acabaram recolhidas. “Algumas bicicletas foram furtadas e outras depredadas”, conta o membro do projeto.
Para o próximo semestre letivo, que começa em 27 de setembro, está prevista uma campanha de conscientização da comunidade sobre o uso do meio de transporte alternativo. A ideia é liberar as bicicletas do projeto no dia 18 de outubro. “Será um período de avaliação para não perdermos o controle de novo”, diz Yuriê.
O projeto conta com 80 bicicletas atualmente. Outras 30 serão doadas pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru/UnB) na abertura das atividades do dia 22. “Se tudo der certo, a ideia é que até o fim do semestre todas estejam rodando”, afirma o estudante de Geografia. “Se houver furto ou depredação, teremos de repensar o projeto”, alerta.
O diretor do Ceftru, Sérgio Granemann, acredita que carros devem ser a última alternativa como meio de transporte. “Deve haver a priorização do transporte público e de bicicletas”, declara. “Isso diminuiria os congestionamentos, a poluição e os acidentes”. O professor defende o uso do transporte alternativo como forma de diminuir o fluxo de automóveis na UnB.
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